Saturday, February 17, 2007

A frouxidão no amor é uma ofensa

Encontrei este poema recentemente quando desfolhava o meu manual de Português de 11º ano...Não sei bem porquê chamou-me a atenção, talvez por apreciar a escrita de Bocage, talvez por acha-lo de facto bonito, sincero e por de certa forma concordar com ele!É por isso que vai ser o primeiro que vos deixo para apreciarem...

A frouxidão no amor é uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo;
Paixão requer paixão, fervor e extremo;
Com extremo e fervor se recompensa.
Vê qual sou eu, vê qual és tu, vê que diferença!
Eu descoro, eu praguejo, eu ardo, eu gemo;
Eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo;
Em sombras a razão se me condensa.
Tu só tens gratidão, só tens brandura,
E antes que um coração puco amoroso
Quisera ver-te uma alma ingrata e dura.
Talvez me enfadaria aspecto iroso,
Mas de teu peito a lânguida ternura
Tem-me cativo e não me faz ditoso.

Bocage

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